Curso de Meteorologia vai ajudar país a prever fenómenos extremos

Jovens formandos do Curso de Meteorologia. Foto: UNDP Angola

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola, representado pelo Especialista de Programas Janeiro Avelino Janeiro, participou na Cerimónia de Encerramento do Curso de Técnicos de Meteorologia de Classe III, esta quarta-feira, dia 5 de Maio, no Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET). 45 pessoas vindas de todas as províncias do país receberam a formação e estão agora capacitadas para apoiar a previsão e gestão de fenómenos meteorológicos extremos em todas as províncias.

“Não é demais recordar a importância que a meteorologia tem e a sua contribuição no contexto socioeconómico do país” considerando a sua utilidade na “defesa do meio ambiente, no sector da agricultura, das pescas, da indústria extractiva, da protecção civil e na vida comum de todos os cidadãos”, disse o Secretário de Estado para as Telecomunicações, Mário Oliveira, no seu discurso na cerimónia.

A formação enquadra-se e é financiada pelos projectos “Promoção do Desenvolvimento de Resiliência ao Clima e Reforço da Capacidade de Adaptação para Suportar Riscos na Bacia Hidrográfica do Rio Cuvelai”, conhecido por Projecto Cuvelai, e “Abordar as Necessidades Urgentes de Adaptação nas Áreas Costeiras e Reforço das Capacidades em Angola”, conhecido como Projecto Orla Costeira, ambos executados pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) por meio da Direcção Nacional de Ambiente e Acção Climática (DNAAC).

O curso foi organizado e coordenado pelo INAMET e financiado pelo Fundo Global para o Ambiente e Fundo de Países Menos Desenvolvidos (GEF/LDCF), contando com a apoio do  MCTA/DNAAC, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Angola e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UN Ambiente).

Com mais técnicos formados em meteorologia, irá melhorar o monitoramento das estações meteorológicas distribuídas por todo o país, assim como do clima e fenómenos meteorológicos extremos, como chuvas fortes, que provocam cheias, ou longos períodos sem chuvas, que provocam secas, poderão ser estudados com mais precisão. O país poderá ainda recolher dados que serão muito úteis para a redução da vulnerabilidade das populações face às alterações climáticas. Além disso, as informações produzidas irão apoiar sectores como a agricultura, a aviação civil, turismo e até a economia.

A componente teórica do curso, realizada em Luanda, teve a duração de 1180h repartidos entre sete meses de aulas teóricas e um mês de aulas práticas. Os formandos vieram de todas as províncias e tiveram como professores especialistas nacionais e internacionais. Agora, os alunos deverão regressar às suas casas, para cumprirem o período de aulas práticas nas Estações Meteorológicas Provinciais. Alguns dos formandos farão parte das equipas de apoio à gestão dos sistemas de alerta rápido que serão instalados no Cunene e Benguela, com a ajuda dos dois projectos.   

“Esta formação surge no âmbito do programa de modernização do sistema meteorológico angolano, nomeadamente, a modernização do INAMET”, acrescentou o Secretário de Estado para as Telecomunicações, Mário Oliveira.

Entre os 45 formandos, dos quais 11% são mulheres e 82% são jovens de menos de 35 anos, estão dois técnicos do Serviço da Protecção Civil e Bombeiros de Cunene, dois técnicos do Serviço da Protecção Civil e Bombeiros de Benguela, um técnico do Departamento Nacional de Segurança Alimentar, um técnico do Governo Provincial de Cunene, um técnico do Governo Provincial de Malanje, sete Técnicos do INAMET (4 da província de Luanda, 1 de Zaire, 1 Cabinda e 1 Cuanza Norte) e 31 pessoas que poderão fazer parte dos quadros técnicos do INAMET no futuro.

Na cerimónia de encerramento do curso estiverem presentes o Secretário de Estado para as Telecomunicações, Mário Oliveira, representantes do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, o Director do INAMET e altos responsáveis do instituto.