No terreno, metemos a mão na água (e no sabão)
Para travar a COVID-19, além de dar assistência técnica e financeira aos esforços do Governo de Angola, o PNUD e o Fundo Global de Luta contra o VIH/Sida, Tuberculose e Malária têm trabalhado bem de perto com as comunidades em bairros e municípios de todo o país.
No terreno, para ter a certeza de que as medidas de segurança e os conselhos para higienizar as mãos são realmente cumpridos, os parceiros do PNUD e do Fundo Global, como os activistas e voluntários da ONG ADPP, têm ensinado membros das comunidades a construírem sistemas tradicionais de lavagem das mãos, conhecidos como Tip-Tap.
Os sistemas são rudimentares, feitos com o material reutilizável disponível, como garrafões de plásticos de 5 litros, e ramos de árvores, e sustentáveis.
Até ao momento, foram já instalados 1186 Tip-Taps, nas províncias de Benguela, Cunene, Cuando Cubango e Huíla, e em zonas com pouco acesso a saneamento. “São muito fáceis de instalar e quando montamos o sistema à porta de uma casa, os vizinhos também ficam inspirados e começam a imitar”, explicou Evarngelister Mbwende, da ADPP.
A activista do Cuando Cubango contou que a resposta das famílias angolanas tem sido muito positiva. “Elas estão felizes porque muitas não têm condições económicas e ainda usavam a mesma bacia de água para todos lavarem as mãos”, contou. Só no Cuando Cubango já foram instalados 844 sistemas de lavagem das mãos.
“Cada família escolhe um membro para ser responsável pelo Tip-Tap. Ele fica encarregue de encher o balde com água limpa e garantir que tem sabão”, explicou Evarngelister, acrescentando que, por vezes, as famílias também colocam lixívia na água. “Toda a gente deve lavar as mãos antes de entrar em casa”, afirmou.
O importante é garantir que todos têm acesso a água e um local seguro onde possam higienizar as mãos, diminuindo os riscos de contaminação pelo Coronavírus.
Nos locais públicos, a comunidade é que escolhe onde colocar os Tip-Tap e depois indica um responsável por eles. À porta dos mercados, hospitais, maternidades e outros serviços públicos, há sempre alguém para garantir que todos higienizam as mãos.
Os parceiros do PNUD têm ainda distribuído panfletos e informações do Ministério da Saúde sobre como lavar as mãos correctamente e como praticar o distanciamento social. As informações são transmitidas em línguas locais e nas zonas em que o acesso às notícias é mais limitado.