Declaração do Administrador do PNUD, Achim Steiner.
O resultado das negociações sobre o clima na COP27
24 de November de 2022
O PNUD comemora o acordo alcançado em 20 de novembro nas negociações sobre o clima na COP27, o qual estabelece um fundo para os países em desenvolvimento evitarem, minimizarem e lidarem com perdas e danos associados aos efeitos adversos da mudança global do clima.
O acordo representa um passo significativo na luta global contra a emergência climática.
Os países em desenvolvimento são liderança no mundo em termos de ambição climática. No âmbito da “Climate Promise” (Promessa Climática) do PNUD, 90% dos países em desenvolvimento aumentaram sua ambição de mitigação, e 95% a de adaptação à mudança do clima.
O apoio a esses países, que menos contribuem para o aquecimento global, mas ao mesmo tempo são mais negativamente afetados por ele, é mais do que urgente.
Além disso, os países desenvolvidos devem arcar com o compromisso que assumiram de fornecer anualmente US$ 100 bilhões a nações mais pobres para financiar a ação climática.
É ilógico financiar as consequências irreversíveis da mudança do clima sem um investimento significativo nas medidas de adaptação e mitigação de que os países em desenvolvimento precisam para lidar com as causas subjacentes ao fenônemo.
Cinquenta e quatro economias em desenvolvimento – 40% de todos os países de baixa e média renda – sofrem atualmente com graves problemas de endividamento, limitando fortemente a capacidade deles de tomar medidas decisivas em relação à mudança do clima e investir na economia verde global.
Não há como fugir disso. Precisamos que compromissos sejam cumpridos. Precisamos de investimentos financeiros sem mais demora para que tenhamos um impacto na escala e na velocidade necessárias.
Uma transição justa para fontes limpas e sustentáveis de energia é fundamental para reduzir as emissões e limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius.
Em algumas semanas, a comunidade global se reunirá na Convenção de Diversidade Biológica (COP15), no Canadá, para firmar um acordo a fim de proteger a natureza, a qual, como o clima, encontra-se em estado de emergência. As crises do clima e da natureza estão intimamente ligadas – o avanço em uma depende do avanço em outra. Entre esses dois conjuntos de negociação, estamos em um momento crucial em que tomamos decisões que terão efeitos profundos nas próximas décadas e séculos.
A ciência sobre a mudança global do clima é clara. Conhecemos o problema e conhecemos as soluções. Temos as ferramentas e o conhecimento de que precisamos para proteger nosso planeta para as gerações futuras. Temos uma obrigação coletiva com nós mesmos e com as gerações futuras, e é nosso dever não falhar.