Chega ao fim, em setembro, a produção mundial da mistura de hidroclorofluorcarbonos (HFC 365/227), substâncias que contribuem para o aquecimento global
Empresas têm nova oportunidade de aderir ao Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs
6 de July de 2023
O que um simples estofado tem que ver com a camada de ozônio e o aquecimento global? Tudo. Muitos sofás, poltronas, cadeiras, entre outros produtos acolchoados levam espuma de poliuretano, que na sua produção podem utilizar substâncias que contribuem para a destruição da camada de ozônio ou que provocam o aquecimento global. Essa camada formada por moléculas de ozônio tem a capacidade de absorver radiação ultravioleta, formando, na estratosfera, um escudo que protege o planeta das radiações eletromagnéticas de alta energia prejudiciais à saúde, que poderiam atingir a superfície terrestre. Daí a importância de se eliminar o uso dessas substâncias na produção das espumas de poliuretano.
O Brasil vem implementando o projeto para o setor de espumas do Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs (PBH) desde 2013. O PBH prevê recursos doados pelo Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal para auxiliar as empresas em seu processo de migração para tecnologias livres de substâncias que destroem o ozônio e com baixo potencial de aquecimento global. Até o momento, o PBH apoiou a conversão industrial de cerca de 387 empresas do setor de espumas de poliuretano, ajudando o país a cumprir as metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal.
Muitas empresas, porém, têm adiado sua decisão de aderir ao projeto em função da disponibilidade comercial do HFC 365/227, substância não apoiada pelo Protocolo de Montreal devido a seu alto potencial de aquecimento global. Com o anúncio do encerramento da produção mundial do HFC 365/227, previsto para 1º de setembro deste ano, essas empresas têm agora a oportunidade de reavaliar sua adesão ao projeto.
“O projeto para o setor do espumas do PBH ainda conta com recursos da ordem de 4 milhões de dólares para apoiar as empresas do setor. Porém, estamos na reta final do projeto, que se encerra em dezembro de 2024. Por isso, é importante que as empresas que tenham interesse em aderir entrem em contato conosco ou com seu fornecedor de matéria prima, as Casas de Sistemas, que têm sido grandes parceiras na implementação desse projeto”, afirma a gerente de projetos Ana Paula Leal, do escritório do PNUD no Brasil.
As empresas aptas a receber recursos devem estar legalmente estabelecidas no Brasil, ter utilizado HCFC em seu processo de produção de espumas de poliuretano e optar por alternativas tecnológicas de zero potencial de destruição do ozônio e de baixo impacto ao sistema climático global.
Para mais informações: contato@protocolodemontreal.org.br