Funai inclui povos indígenas na pauta de restauração ecológica para a conservação de ecossistemas

Iniciativa se dá no contexto do I Encontro Indígena de Restauração Ecológica, que tem apoio do PNUD.

8 de July de 2024
Divulgação/Funai

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) realiza, entre hoje (8) e 10 de julho, o I Encontro Indígena de Restauração Ecológica (I EIRE). O evento tem lugar na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), durante a V Conferência da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE). O I EIRE, que tem apoio do PNUD, resulta de parceria com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica.

Segundo a Funai, a realização do encontro no âmbito da V SOBRE se dá pela relevância da conferência, que reúne, a cada dois anos, entidades governamentais, pesquisadores, empresas e comunidades tradicionais para debaterem a restauração ecológica. Durante o EIRE, haverá troca de experiências sobre conhecimentos e práticas de restauração ecológica em territórios indígenas. Entre as atividades em pauta, estão as ações de plantio de mudas e sementes, coleta de sementes, produção de mudas e trocas ou vendas de sementes e mudas de plantas nativas para restauração e iniciativas relacionadas à agrofloresta e à agroecologia. A programação inclui ainda mesas temáticas, oficinas, apresentações culturais e espaço para a venda de artesanato.

O I EIRE vem sendo concebido pela Funai e parceiros desde 2023, por demanda dos próprios indígenas, que manifestaram a intenção de mostrar o trabalho deles nessa área. Os 40 participantes foram selecionados por meio de chamada pública, que recebeu 174 inscrições de todos os biomas brasileiros, e por representantes de 98 povos.

Com o I EIRE, a Funai busca inserir a pauta indígena na agenda da restauração ecológica, tendo em vista acontecimentos diversos em âmbito nacional sobre a temática, como a revisão do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG), pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); o desenvolvimento da Plataforma de Acompanhamento da Recuperação Ambiental (Recooperar), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que visa fomentar a gestão e o monitoramento integrado dos dados sobre áreas degradadas ou alteradas que necessitam de recuperação ambiental; o desenvolvimento de um banco de áreas prioritárias para a recuperação em terras indígenas pela Funai; e o lançamento de editais voltados à restauração, a exemplo do Restaura Amazônia, lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e MMA, com recursos do Fundo Amazônia.

Já em âmbito internacional, o evento se insere no contexto da Década da ONU de Restauração de Ecossistemas e das metas e compromissos relacionados à restauração de ecossistemas no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), da Convenção da Diversidade Biológica (CBD) e da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).

A pauta da restauração ecológica também está incluída no planejamento estratégico da Funai e no Plano Plurianual (PPA 2024-2027).

Com informações da FUNAI.