PNUD e MMA reforçam a identidade do povo Tikuna por meio do turismo comunitário no Amazonas

Entre as atividades do projeto estão fortalecimento do território, fomento do turismo local e troca de experiências entre indígenas.

30 de August de 2024
a group of people sitting on a bench in front of a building
Foto: Odenilze Ramos

Autonomia, sustentabilidade, identidade. Com base nesses conceitos-chave, o projeto “Tchirugüne: fortalecimento econômico-cultural e proteção territorial” vem realizando uma série de atividades na Terra Indígena Betânia com o povo Tikuna, no Amazonas. As ações são implementadas pelo Instituto N’gutapa e pela ACT-Brasil, com o apoio do Floresta+ Amazônia, por meio da Modalidade Comunidades. Entre as atividades, estão o fortalecimento do território, o fomento do turismo local e troca de experiências entre indígenas. A iniciativa é do PNUD e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF).

O turismo de base comunitária, em especial as atividades relacionadas ao artesanato e à produção de farinha, tem sido o principal foco do projeto, na qual indígenas vêm discutindo de forma participativa e coletiva as estratégias para o futuro do projeto. A prioridade das ações gira em torno da sustentabilidade de seu território, bem como no fortalecimento da autonomia da etnia. 

O projeto terá duração de dois anos e tem como objetivo a reforma das estruturas do complexo turístico da Terra Indígena (TI) Betânia. Ainda estão previstas a realização de oficinas, capacitações e formações que reforçarão o monitoramento e vigilância territorial ambiental feitos pela própria comunidade.

a group of people standing in front of a crowd
Foto: Odenilze Ramos

 

Para o cacique Jorge Tikuna, a participação dos indígenas como protagonistas de seu território é primordial. “Vou estar aqui para apoiar. Onde a equipe parceira não puder, os trabalhadores vão chegar para ajudar”, reforçou a liderança indígena. 

Já a analista de campo da ACT-Brasil Roberta Anffe entende que o protagonismo do povo indígena é o que dá ao projeto turístico um olhar mais próximo da realidade local. “A gente vai fazer um projeto Tikuna, com a cara do povo Tikuna e do jeito Tikuna”, ressaltou.

A jovem Tchaeyna Tikuna, de 17 anos, está entusiasmada com a chegada da iniciativa, que tem o apoio do Floresta+ Amazônia. “O projeto chegou em boa hora. A oficina de turismo de base comunitária foi muito importante para nós, jovens. Aprendemos muita coisa e, no futuro, vai nos ajudar a nos tornarmos lideranças. É a forma da gente se envolver mais com a nossa comunidade e gerar renda, de alguma maneira, para os jovens indígenas do território por meio do turismo local”, falou empolgada.

Cerca de 5.400 pessoas vivem nos 123 mil hectares da TI Betânia, uma das mais populosas da região do Alto Solimões, abrangendo o território de quatro municípios: Santo Antônio do Içá, Amaturá, Jataí e Tonantins. A Funai homologou a TI em 1995. 

Sobre o Projeto Floresta+ Amazônia – É uma iniciativa do PNUD e do MMA, com o apoio do Fundo Verde para o Clima.  Até 2026, o Projeto Floresta+ Amazônia investirá 96 milhões de dólares nos estados amazônicos, por meio de ações e incentivos financeiros, com pagamentos por serviços ambientais e a execução de projetos que beneficiarão diretamente as comunidades locais. 

Saiba mais: www.florestamaisamazonia.org.br