Ações recebem apoio do PNUD e do Ministério do Meio Ambiente por meio do Projeto Floresta+ Amazônia na Terra Indígena Itixi Mitari no município de Beruri.

Associativismo, cooperativismo, vigilância ambiental e planejamento de projetos sustentáveis fazem parte de um conjunto de atividades do “Projeto Organização da Proteção Territorial Indígena da Terra Itixi Mitari - Fortalecimento da gestão ambiental e territorial” no município de Beruri (AM), apoiado pelo Floresta+ Amazônia. A iniciativa é desenvolvida pela Associação do Povo Indígena Apurinã da Terra Indígena Itixi Mitari (Apiati) e pela Associação das Mulheres Indígenas Trabalhadoras da Terra Grande (AMITTG), em parceria com a Sociedade para a Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (Sapopema).
O projeto envolve a população indígena da região, que passou por algumas formações com diversas temáticas, entre elas associativismo e cooperativismo. "Os participantes aprenderam sobre a diferenciação entre associativismo e cooperativismo e receberam orientações sobre a elaboração de documentos essenciais, como ata, estatuto e livro-caixa. Além disso, eles foram introduzidos aos primeiros passos na elaboração de projetos, com foco no fortalecimento da comunidade", explicou a coordenadora da Sapopema, Wandicléia Lopes.
De acordo com a pesquisadora da Sapopema e técnica responsável pelo projeto, Neriane Nascimento, umas das formações incluiu a simulação da criação de uma associação de mulheres coletoras de murumuru, fruto de uma palmeira da região utilizado na fabricação de cosméticos. "Elas estão aprendendo a gerir uma associação e estão criando um projeto para melhorar a coleta e o processamento do murumuru, uma atividade que apresenta desafios devido ao risco de espinhos e à necessidade de um local adequado para a secagem do fruto", afirmou.

Como parte do projeto, ainda foram entregues equipamentos essenciais para fortalecer a vigilância nas bases comunitárias da TI Itixi Mitari. Entre os itens distribuídos, estavam quatro motores de popa de 15HP, seis fogões, seis botijões de gás cheios, quatro canoas de alumínio e cinco kits de ferramentas para mecânica básica. Esses recursos visam garantir mais autonomia e eficiência na gestão e preservação do território. Além disso, materiais para pintura das quatro bases reformadas também foram entregues.
O apoio à vigilância ambiental é um aspecto fundamental também para o manejo sustentável do pirarucu – uma prática importante para geração de renda e segurança alimentar para a região. A pesca já alcançou a marca de 48 toneladas comercializadas em 2024.
O fortalecimento da infraestrutura das bases de vigilância, assim como formação aos indígenas, visa garantir a continuidade e o aprimoramento dessa prática, essencial para a conservação dos recursos naturais. Outras ações previstas do projeto são a finalização das reformas e a ampliação das bases de vigilância, assim como o avanço de ações do Plano de Gestão Territorial e Ambiental.
O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o PNUD Brasil, com o apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF).