É preciso acelerar o passo rumo à transição energética, alerta PNUD em conferência

Governo do Piauí, PNUD e ICIMA realizam nesta semana a Conferência Internacional de Tecnologias das Energias Renováveis em Teresina.

4 de June de 2024

O representante-residente do PNUD, Claudio Providas, na abertura da Citer, em Teresina (PI).

PNUD/Ana Gouvea

Diante dos eventos climáticos extremos provocados pela mudança global do clima, é preciso acelerar o passo da transição para energias renováveis por meio de mudanças sistêmicas que levem a economias mais verdes e inclusivas.

O apelo foi feito pelo representante-residente do PNUD no Brasil, Claudio Providas, que participou na segunda-feira (4) da Conferência Internacional de Tecnologias das Energias Renováveis (Citer), que ocorre até quarta-feira (5) em Teresina, no Piauí. 

Com mais de 45 painéis simultâneos, feira de negócios e atividades de educação ambiental, a Citer reúne milhares de pessoas de forma online e presencial na capital piauiense para discutir formas de avançar no campo das energias renováveis, proporcionando diálogos entre os diferentes setores da sociedade.

Além de Providas, a abertura do evento teve a presença do governador do Piauí, Rafael Fontelles, da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da presidente do Instituto de Cooperação Internacional para o Meio Ambiente (ICIMA), Ana Paula Moura, além de dezenas de representantes de Executivo, Legislativo, Judiciário, setor privado e sociedade civil. 

“O Brasil, em especial o Nordeste, tem se posicionado como ator central na transição energética, por apresentar condições climáticas favoráveis à energia solar e eólica, as quais contribuem para a produção de hidrogênio verde”, disse Providas na abertura do evento, na segunda-feira (4).

“Sabemos que são necessários trilhões de dólares para acelerar a transição energética e evitar os impactos da mudança global do clima — tais impactos já estão sendo vistos de forma trágica em eventos climáticos extremos como no Rio Grande do Sul. É a crise de um modelo de desenvolvimento que está se esgotando”, declarou Providas.

O representante-residente lembrou que o PNUD atua para fornecer acesso sustentável, acessível e confiável à energia para 500 milhões de pessoas até 2025 e acelerar a transição para energias renováveis por meio de mudanças sistêmicas que levem a economias mais verdes e inclusivas.

Para alcançar essa ambição, o PNUD estabeleceu um hub global de energia sustentável. Esse hub visa fechar a lacuna de acesso à energia, acelerar uma transição energética justa e escalar o investimento para a transição energética em países em desenvolvimento.

"Um evento como este é de extrema importância para nosso estado, à medida que o Piauí adquire cada vez mais protagonismo em tecnologias renováveis", destacou o governador, Rafael Fonteles.

"A transição energética tem sido uma prioridade na agenda do nosso governo, sendo essencial para o desenvolvimento econômico e social. O Piauí possui condições naturais favoráveis que nos permitem contribuir significativamente para a transição energética em nível global”, completou.

A Citer é patrocinada pelo governo do Piauí e realizada pelo Instituto de Cooperação Internacional em Meio Ambiente (ICIMA), com apoio de 20 organizações parceiras. O papel do PNUD no evento foi atuar na curadoria dos palestrantes e garantir a participação de sociedade civil, setor privado, setor público e academia nos diálogos.

A abertura do evento também teve a participação da coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Maria Gonçalves, que leu uma carta em nome dos movimentos sociais, lembrando a importância de a sociedade civil ser ouvida e fazer parte dos processos de decisão relativos à transição energética e seus empreendimentos no estado. 

Para a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, eventos como a Citer contribuem para o diálogo e para ampliar o conhecimento sobre as consequências da mudança global do clima, sobre os ODS e o Acordo de Paris para o Clima.  

“As tragédias estão cada vez mais frequentes e com impactos mais devastadores nos países em desenvolvimento. Isso nos impõe a responsabilidade de reduzir as emissões de CO2. Nesse sentido, a transição energética ganha relevo, e o Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e tem condições de liderar essa transição.”